Quem Somos
A ABRADJIN, Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição, é uma fundação privada, instituição com caráter cultural e educativo, cadastrada no IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) sem fins lucrativos, fundada em 09 de agosto de 2000 e que já conta com mais de mil associados, respeitando o direito de crença de cada um. Sua sede está localizada no Bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte-MG, e atua por meio do Centro de Cultura e Memória Sefaradita Anussim. Porém, somente agora a ABRADJIN dá um importante passo ao inaugurar o primeiro Museu da História da Inquisição do Brasil que muito contribuirá no resgate da memória, cultura e legado dos sefaraditas “Cristãos-Novos”, os quais marcaram importante presença como colonizadores do Brasil. Portanto, este Museu engloba aspectos históricos, culturais, educativos, artísticos, além de contribuir para a inclusão social, combatendo a intolerância religiosa.
Seu objetivo principal é levar o conhecimento da grande influência judaica no período de colonização do Brasil através de livros, artigos, documentos, registros históricos, memoriais, etc. Através de seu material bibliográfico, documentários e banco de dados, a ABRADJIN auxilia possíveis descendentes de Judeus perseguidos durante o período da Inquisição no Brasil, Portugal e Espanha, a descobrirem ou compreenderem melhor suas raízes étnicas e culturais, respeitando o direito de escolha quanto ao tipo de judaísmo a seguir.
A ênfase da Abradjin está na restauração da identidade judaica de um povo, e não necessariamente à religião judaica nas suas variadas ramificações. Esta associação também ressalta a influência relevante que o povo judeu, representado aqui em grandes proporções pelos cristãos-novos, tiveram tanto na colonização do Brasil como na formação étnica e cultural do povo brasileiro.
Por “cristãos-novos” referimo-nos aos judeus forçados à conversão à fé católica na Península Ibérica (Espanha em 1492, Portugal em 1497); uma parte significativa desses conversos passou a praticar a fé judaica em segredo, sob risco de morte nas fogueiras da Inquisição, e o termo tornou-se um estigma que os diferenciava dos “cristãos-velhos” sem origens judaicas; os praticantes do cripto-judaísmo ficaram conhecidos também pelo nome pejorativo “marrano” (que quer dizer porco). Em busca de regiões com maior tolerância ou menor vigilância por parte do Tribunal do Santo Ofício, os cristãos-novos espalharam-se por várias localidades, destacando-se as colônias nas Américas.
Assim, dentre os povos que colonizaram o Brasil, os judeus sefaraditas, portugueses e espanhóis se destacaram grandemente. Cobertos sob o manto da clandestinidade e do segredo, eles mantinham práticas cristãs em público, mas preservavam sua identidade judaica na intimidade e reclusão de seus lares. Com as constantes denúncias e o acirramento da perseguição por parte da Inquisição, bem como a impossibilidade da vida judaica comunitária e aberta, os cristãos novos perderam paulatinamente sua memória e a transmissão entre as gerações dos valores religiosos e culturais do judaísmo, permanecendo atualmente apenas resquícios de práticas e tradições familiares diluídas nas vidas das famílias descendentes dos cristãos novos.
É preciso ressuscitar a memória desses fatos importantes da história para resgatar as raízes e tradições que contribuíram para a formação de nosso país, visando entender nossas próprias características e peculiaridades. Acreditamos que é um direito legítimo de cada cidadão conhecer suas origens e costumes de seus antepassados, compreendendo assim o presente de forma mais plena. É neste contexto que a ABRADJIN atua auxiliando, através de seu material de pesquisa, os interessados em conhecer mais a respeito dessa lacuna da história brasileira tão negligenciada nas instituições educacionais de nosso país.
*A ABRADJIN não fornece nenhum tipo de atestado de ascendência Judaica ou judaicidade.
Objetivos da ABRADJIN
Associados
Pesquisas Publicadas
Arcevo Histórico