Devem os Anussim messiânicos passar ou não pelo processo de conversão ao judaísmo?

Atualizado em: 27 de janeiro de 2024Por

Existem hoje algumas entidades judaicas, tanto em Israel como em outros países, interessadas na restauração dos descendentes remanescentes dos judeus da inquisição, também conhecidos como B´nei Anussim (Filhos dos Forçados), Cristãos-Novos ou mesmo pelo termo pejorativo “Marranos” que quer dizer “porcos (marrão)”.

A existência dessas entidades amostra que Israel tem tido uma atenção especial com a questão dos Anussim. Por um lado, isto é muito bom, mas por outro, isto pode trazer certo embaraço e dificuldades ao Anussim adepto do Judaísmo Messiânico que esteja interessado na restauração de suas raízes judaicas. Mas, por quê?

Na expectativa de responder a contento tal pergunta é que gostaria de colaborar com este pequeno artigo. Antes, porém, vamos relembrar alguns fatos históricos sobre os B´nei Anussim.

Tenho percebido que tem se multiplicado o número das teses de mestrado e doutorado sobre a história dos judeus sefarditas ibero luso-brasileiros, desvendando suas trajetórias e legados, tanto em Portugal como no período do Brasil colonial. Muitas cidades de Portugal têm restaurado suas antigas judiarias, sinagogas, trazendo à tona história deixada pela longa presença judaica naquele país. Sabe-se que desde a época do Rei Salomão judeus iam buscar mármores e outros tipos de pedras preciosas na península Ibérica para a construção do 1º. Templo. Após a expulsão dos judeus de Israel decretada pelo Imperador Tito no ano 70 E.C., o contingente de judeus na península ibérica se multiplicou enormemente ao ponto que no século XV os judeus representavam mais de 20% da população, tornando-se assim, a maior concentração judaica do mundo.

Com a expulsão dos judeus da Espanha pelos Reis Católicos em 1492, milhares e milhares de judeus se espalharam pelo mundo, principalmente, para Portugal, para a parte oriental da Europa, se estendendo para América, Norte da África, Ásia e até mesmo para o Oriente Médio. Renomados historiadores confirmam que mais de 100 mil judeus espanhóis cruzaram as fronteiras, adentrando em Portugal.

Lá eles estariam livres de qualquer perseguição por parte da Inquisição Espanhola. Mas, tal liberdade durou muito pouco, pois somente quatro anos mais tarde, em 1496, Dom Manoel, rei português, se casou com Isabel, filha da Rainha de Espanha, sob a condição que as leis da Inquisição espanhola se estendessem a Portugal. Dom Manoel acatou a imposição da rainha, percebendo rapidamente que muitos judeus eram prósperos, representavam uma significante parte da população e, por isso, contribuiriam efetivamente para o desenvolvimento econômico do Reino. Ao invés da expulsão, Dom Manoel deu-lhes 10 meses de prazo para que deixassem Portugal. Em seguida, fechou as fronteiras, confiscou os bens dos judeus, introduziu altos impostos e os obrigou à confissão forçada à fé católica, sujeitando-os ao batismo forçado, à mudanças de nomes, de hábitos e tradições.

A desobediência a este decreto custaria a cada judeu o cumprimento de duras penas, confiscos dos bens e, com o advento dos Tribunais do Santo Ofício, a abertura de processos, julgamentos que terminavam em condenações, como por exemplo, a pena de morte nas fogueiras da Inquisição. Esses conversos forçados (anussim) passaram a ser denominados de “cristãos-novos”, diferenciando-os dos cristãos-velhos, católicos de tradição familiar.

O descobrimento do Brasil em 1500 constituiu quase uma “segunda” abertura do Mar Vermelho para milhares de judeus, principalmente a partir de 1503, quando Fernando de Noronha, um rico cristão-novo de origem italiana e amigo do Rei, arrendou o Brasil, recebendo a incumbência de explorar o pau brasil e exportá-lo para Portugal. Posteriormente, o mesmo aconteceu com o cultivo da cana-de-açúcar.

Desde então, milhares de judeus vieram para o Brasil na saga de fugirem das leis da Inquisição até que em 1591 o Brasil recebeu pela primeira vez a visita do Inquisidor Oficial, o bispo Heitor Furtado de Mendonça. Iniciou-se as delações pela prática de qualquer tipo de heresia segundo a Igreja Católica que contrariasse seus dogmas. Assim, deu-se início aos processos e extradições desses pobres e indefesas vítimas do ódio e da intolerância que poderiam ter um infeliz destino: – as fogueiras da Inquisição. Naquela época, as práticas judaicas eram consideradas a pior das heresias, pois os judeus desde os primórdios da Igreja cristã receberam a alcunha de “assassinos” de Cristo. Além deste aspecto religioso, havia também o interesse econômico de confisco dos bens dos réus que alcançava até sua terceira e, e as vezes, até a quinta geração.

Por decreto papal, os Tribunais do Santo Ofício deveriam ser autossustentáveis, sendo o total da receita proveniente dos confiscos eram partilhadas entre a Igreja e a Corte na proporção de 50%. A grande e triste realidade é que aqueles que tentaram praticar as Leis de Moisés tiveram suas vidas ceifadas como no holocausto que séculos mais tarde exterminaria praticamente os judeus do velho Continente Europeu. Frente às duras perseguições, crueldade e danos impostos pelo STO, a maioria dos cristãos-novos, acabou se convertendo ao catolicismo, educando seus filhos na religião do império. Esses de fato perderam a memória judaica de seus ancestrais e foram totalmente assimilados pela nova religião.

Uma outra parte, não menos expressiva que a primeira, se tornou católica só de nome, batizando seus filhos, mas sendo um tanto relapsos, não assimilando totalmente as normas, doutrinas e tradições impostas pela Igreja de Roma; mas eles acabaram perdendo também com o passar do tempo a memória das raízes judaicas. Somente uma pequena parte tentou secretamente preservar e guardar certos costumes e tradições judaicas, os chamados criptos-Judeus, muito dos quais acabaram sendo descobertos, extraditados, condenados e executados pelas chamas inquisitoriais. A arbitrariedade era tanta que bastava uma simples denúncia anônima (e sem provas) para que fosse aberto um processo inquisitório contra aquele judaizante.

A inquisição no Brasil acabou oficialmente em 31 de março de 1821, mas constata-se que até a Proclamação da República e início do século XX, nossos antigos avós ainda nos ocultavam quaisquer informações a respeito de uma possível ancestralidade judaica.

Mas, a grande realidade é que uma significativa parte da população brasileira descende desses sefarditas portugueses, que foram de fato os primeiros colonizadores do Brasil. Aqui eles deixaram um grande legado na etnia, na cultura, nos costumes e tradições de nosso povo. Portanto, é natural que à medida que se conhece a presença judaica em nossa história, surja proporcionalmente, o desejo de muitos em buscarem e restaurarem as raízes de seus ancestrais.  

Em 2012, tivemos a feliz oportunidade de criar em Belo Horizonte o primeiro Museu da História da Inquisição, com o objetivo de tornar essa omitida história conhecida por todos, permitir que pessoas descubram as raízes judaicas de seus ancestrais e, com muita ousadia, colaborar no combate à intolerância, sobretudo, a religiosa.

A partir de 2015, o governo português tem dado a todo judeu e a seu descendente de raízes lusitanas, o direito de retorno, concedendo a esses a cidadania por naturalização. Esta medida é louvável e não deixa de ser uma forma de amenizar os danos causados pela desastrosa e intolerante Inquisição. Porém, não há indenização que justifique uma vida inocente que foi ceifada pela intolerância religiosa ou mesmo por qualquer outra razão.

Israel ainda não reconhece os B´nei Anussim no sentido de lhes permitir automaticamente o direito de “alyah” e a cidadania judaica. O rabinato de Israel em geral está disposto a ajudar os Anussim, desde que eles façam cursos de conversão ao judaísmo, na maioria dos casos, pela via do judaísmo ortodoxo.

Essa conversão ao judaísmo não haveria nenhum problema para nós, se ela não exigisse que o candidato negasse Jesus (Yeshua) e a sua pertença a qualquer outra crença messiânica. Em outras palavras, nos dias de hoje, é impossível para um judeu crente em Jesus (que vive de acordo com a Torá e em conformidade com o judaísmo bíblico) ser recebido e reconhecido pelas entidades judaicas oficiais. Sob esse prisma, todas as portas se fecham para ele.

Sendo Israel o único país democrático do Oriente Médio, pergunta-se, onde está esta democracia que nega a identidade judaica de um indivíduo devido à sua fé e ao seu direito de crença?  

Mesmo que este anussim seja um fiel seguidor das leis mosaicas, guardando as boas tradições judaicas, praticando um judaísmo puramente bíblico, crendo em todas as Sagradas Escrituras, incluindo a chamada Brit Hadashá (Novo Testamento), ele não é considerado judeu e está automaticamente excluso de qualquer sociedade judaica existente no mundo. Dura realidade!

Portanto, urge que questão seja debatida, abrindo espaço para o diálogo. Todos nós constatamos facilmente que existem judeus ateus, espíritas, esotéricos, adeptos de seitas idólatras, budistas, hinduístas ou de qualquer outra religião que negam o D´us Único de Israel, a Torá e todos os demais livros sagrados que podem imigrar para Israel. Agora, se um judeu crê na messianidade Jesus, mesmo tendo um estilo de vida segundo o judaísmo, sendo sionista, temente aos mandamentos, aos estatutos e às ordenanças da Santa Torá, crendo nos profetas de Israel, não pode ser considerado judeu e, pelo contrário, às vezes é considerado “destruidor” do judaísmo! Sabemos que os judeus são um povo, descendentes sanguíneos de Abraão, Isaac e Jacó e não uma raça. Evidentemente, além do aspecto genético, o povo judeu nem sempre pratica a religião judaica.

O judeu messiânico também possui uma descendência genética comprovada e pratica o judaísmo messiânico que não difere tanto do judaísmo convencional, exceto pela afirmativa que Jesus é o Messias de Israel, Filho de D´us. A Bíblia mostra que Yeshua veio em sua primeira vinda com Ben Yosef (filho de José), dando o direito a todos de ter a remissão de seus pecados e o “novo-nascimento” espiritual e que em breve voltará em glória como Ben David (Filho da David), como Rei de Israel e para todas as nações. Ou seja, tal fé no messias não descaracteriza o judeu messiânico de ser judeu de sangue e seguidor das leis de Moisés. Ele não pode ser considerado um gentio cristão, pois não é. Ele vive como judeu conectado à identidade, cultura e costumes de seu povo. Em Yeshua todo gentio (as nações) passa a ter acesso as promessas e bênçãos do povo hebreu e do D´us de Israel pelo enxerto na “oliveira” citada por Paulo em sua carta aos Romanos (Rm11). Israel precisa entender e respeitar o direito de crença de seu povo.

Por exemplo, qualquer pessoa que tem descendência portuguesa e preencha os requisitos das leis imigratórias tem o direito de se tornar cidadão português, independentemente de sua fé ou crença. Por que as portas se fecham para judeu messiânico em Israel? Não estaria Israel incorrendo no mesmo espírito da Inquisição ao exigir a conversão do anussim a qualquer linha do judaísmo?

É evidente e compreensível requerer do anussim um curso de judaísmo para que ele se reconecte às suas raízes judaicas após um longo período de assimilação e desconexão com o seu povo, mas exigir dele uma conversão para retornar a uma comunidade judaica, fazendo com que ele negue sua crença messiânica, é inconcebível.

Não cabe aqui discutir se o judaísmo moderno em todas as suas ramificações se distanciou das Sagradas Escrituras. Eu creio que deveria haver lugar para todos. Afinal, pela Bíblia, todo judeu um dia ser tornará messiânico, pois ele espera com ansiedade o mundo vindouro que virá com o Messias de Israel. Se uns crêem que este Messias foi o Bar Kochba no início desta era, ou se foi o grande e respeitável Rebe Menachem Schneerson ou se foi o próprio judeu Jesus de Nazaré, caberia o respeito ao direito de todos. Um dia, quando o messias vier à essa terra, poderemos confirmar de fato se ele já veio ou não!

A crença Nele não poderia neste momento ser o motivo de exclusão e discriminação por parte da comunidade judaica. O que deveria ser priorizado agora são a união, o fortalecimento de uma identidade, a obediência de todos os judeus aos princípios divinos e as alianças que foram outorgadas no Monte Sinai. Se todo judeu estudasse a Torá, os Ketuvim (livros dos Escritos) e os Niviim (livros dos profetas) eles estariam solidificando o Israel de D´us, vivendo fraternalmente, cumprindo as profecias que trarão o Messias e Seu reino messiânico à essa terra. Este é o real chamado do povo escolhido, ser luz para as nações, trazendo ao mundo o Tikum Olam!

Então, como fica a situação da restauração dos B´nei Anussim messiânicos? Negam Yeshua e adentram para o judaísmo tradicional? Com certeza esta não é a melhor opção. A melhor seria continuar crendo em Yeshua e esperar pelo cumprimento das Escrituras, pois se realmente cremos nelas, então, deveríamos viver segundo elas. Isto não nos impede de lutar pelos nossos direitos, não cruzando os braços! O que os judeus messiânicos desejam é ser reconhecidos como uma ramificação do judaísmo, onde podemos viver em paz e harmonia, cumprindo a nossa missão.

Abaixo, enumeramos alguns pontos importantes que com certeza ajudarão a muitos, pois não é bíblico e sensato que ninguém se apostate da fé e perca a salvação eterna que foi alcançada pela graça de Yeshua, o Mashiach de Israel.

Queremos alertar a todo judeu messiânico que não se afaste do nosso povo. Mas, devemos estar sempre do lado de Israel, somando esforços para que toda profecia se cumpra e que venha ao mundo o Reino vindouro.  Isto é ser fiel ao nosso chamado. Isto é ser realmente ético, não omitindo em quem cremos e no que cremos, mesmo que ainda muitos não nos aceitem ou entendam nossa missão.

A beleza do judaísmo messiânico é congregar na mesma comunidade, judeus e seus descendentes, bem como gentios, mas ambos crentes na pessoa do Messias Yeshua, onde cada um vive segundo o seu chamado. O gentio vivendo como gentio enxertado à oliveira que é Israel e o judeu testemunhando e preservando sua identidade judaica, sendo no Messias, luz para as nações. Queremos voltar à terra de nossos pais. Queremos também o direito de retorno, via Alyah legal e reconhecida pelo Governo de Israel e com aprovação dos Órgãos competentes. Muitos membros de nossas congregações são judeus, vivem como judeus, zelosos à Santa Torá e crendo nas Escrituras Sagradas, incluindo o Novo Testamento que também foi escrito por judeus que creram ser Yeshua, o Messias de Israel.

Pessoas que são membros de comunidades judaico-messiânicas e que passam por um processo de conversão ao judaísmo, negando a fé em Yeshua, acabam incidindo em pelo menos três grandes erros:

  1. Primeiro, trai o próprio Messias Yeshua, negando a sua salvação;
  2.  Segundo, trai ao próprio movimento judaico-messiânico, que constitui juntamente com o não judeu seguidor de Yeshua, a Igreja, o Corpo de Cristo;
  3.  Terceiro, trai aos textos bíblicos que reiteram a salvação de Israel por meio de Yeshua que trará ao mundo o Reino vindouro, o verdadeiro Tikun Olam.

Queremos e lutaremos para que o Judaísmo Messiânico seja reconhecido como um movimento judaico no meio de tantos outros existentes e não como uma seita do cristianismo ou do próprio judaísmo. Isto levará algum tempo e a nossa luta será constante. Nos alegramos, pois, hoje já somos mais de 120 congregações judaico messiânicas somente em Israel e outras centenas espalhadas pelo mundo. Este número tem crescido de modo assustador, comparado com a taxa de crescimento do cristianismo, afinal, trata-se de um cumprimento profético.

Portanto, apregoamos o retorno dos judeus à terra de seus ancestrais, somos a favor da construção de um Israel forte, soberano e consciente do seu chamado divino e irrevogável, de trazer o Messias ao mundo e ser luz para as nações. (Rm 11:19, Is 42:6).

O próprio Yeshua disse:

“… Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos Céus. Mas, qualquer que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos Céus.” (Mt 10:32-33)

Não temos nenhuma dúvida que estamos vivendo momentos proféticos relacionados com o retorno dos judeus e seus descendentes à terra de Israel. São inúmeras as profecias bíblicas reverberando que o Eterno os espalhou até os confins da terra, mas Ele mesmo os ajuntará e os levará a casa de seus ancestrais. Para nós, os capítulos 36 e 37 de Ezequiel são uma Midrash do próprio Ruach HaKodesh, que afirma: 

“… e os espalharei entre as nações e foram dispersos pelas terras conforme os seus caminhos…

Pois vos tirarei dentre as nações e vos congregarei de todos os países e vos trarei para a vossa terra…

vos purificarei…vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo…

e fareis que andeis nos meus estatutos, guardeis minhas ordenanças…

e habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós éreis o meu povo e serei o vosso Deus (Ezequiel 36, 19;24;25;26;27) …

” eu porei em vós o meu Espírito e vivereis e vos porei na vossa terra…Eis que eu tomarei a vara de José, que esteve na mão de Efraim, e as das tribos de Israel, suas companheiras, e lhes ajuntarei a vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão…e deles farei uma nação na terra nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nem de maneira alguma se dividirão para o futuro em dois reinos…eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus. (Ezequiel 37:14,19,22-23).

Os B´nei Anussim e todos os descendentes luso-brasileiros da Inquisição se enquadram também nessas profecias.

É de suma importância entender o retorno dos Anussim no contexto bíblico:

  1. O próprio D´us espalhou e só Ele mesmo irá ajuntar todo o seu povo no TEMPO Dele;
  2. Os profetas e os autores do Novo Testamento mostram claramente que os judeus aceitarão no final dos tempos Yeshua como o Messias de Israel e serão considerados os remanescentes. Você já O aceitou? Se sim, então, espere em oração para que outros judeus O aceitem também e os tempos se cumpram (Is 53; Zc 10; Mt 23:39 Rm 9; Rm 11; Ap 19);
  3. D´us tem o registro dos povos (Sl 87:6) e somente Ele guarda o ‘registro’ de seus verdadeiros filhos de Israel, ou seja, os registros e documentos dos homens são importantes, mas os do Eterno são soberanos, mesmo para aqueles que foram assimilados pelas nações e perderam parcialmente ou totalmente sua identidade judaica ou mesmo para aqueles que foram obrigados a perderem sua identidade, como no caso da Inquisição;
  4. Somente D´us chamará cada um desses filhos dispersos, os escolhendo para o grande retorno. É sabido e ciente que nem todos os que foram espalhados pelas nações voltarão a Israel e nem todos serão restaurados (Jr 3:14), salvo o remanescente (Rm 9:27).
  5. Há uma condição desejável pelo Eterno nos versos do Capítulo 36 de Ezequiel, quando diz “vos porei um coração novo, um Espírito Novo”. No Verso 14 do capítulo 37, O Eterno repete e mostra Sua soberania e propósito, isto é, dar a esses judeus escolhidos para o retorno o “novo nascimento” no Espírito falado por Yeshua, pregado pelos apóstolos e profetas, como em João 3:3 (todo aquele que nascer de novo no Espírito), isto é, no Messias Yeshua, o único e possível caminho para essa verdade (Jo 14:6);
  6. Assim, o remanescente do povo judeu de todas as tribos será salvo quando aceitar e reconhecer Yeshua como o Seu Messias, o Seu Redentor. Isto foi dito por Yeshua, pelos profetas e apóstolos (Mt 23:39 e Rm 11:26);
  7. Portanto, recomendamos aos nossos amigos que fiquem atentos ao mover do Eterno. Não necessitamos de mecanismos ou meios que facilitem o reconhecimento de nossa identidade judaica, nos induzindo a negar a fé e nossa crença em Yeshua;
  8. O Eterno é soberano e está no controle de todas as coisas na terra e no universo. Ele não precisa de nossa força, da mentira ou do “jeitinho brasileiro” para conseguir documentos ou de outras formas que comprometem a nossa fé e nosso direito de crença;
  9. Que cada um de nós seja motivado a restaurar as raízes judaicas, as tradições, sendo zelosos com a Palavra do Eterno nos dada por seus santos profetas e apóstolos. Que cada um de nós, confie e espere somente Nele. Se crermos que Ele nos espalhou pelas nações, também devemos crer que somente Ele nos levará seguros e no tempo Dele ao Eretz Israel.

No sincero shalom,

(*) Marcelo Miranda Guimaraes

Ordenado rabino messiânico pelo Netivyah Bible Institute de Jerusalem – Israel; pelo Jewish Voice, com endosso da UMJC (Union of Messianic Jewish Congregations – USA) e pelo MJBI (Messianic Jewish Bible Institute- Dallas-TX. Fundador do Ministério Ensinando de Sião, da Congregação Har Tzion , da Abradjin (Associação Brasileira dos Descendentes de Judeus da Inquisição) e do Museu da História da Inquisição em Belo Horizonte.

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